domingo, 15 de março de 2009

TRINTA


Estou na janela do meu quarto. É daqui que eu percebo o mundo, é lá de fora que ele também vem. Tenho andado muito estranha, sinto como se estivesse sofrendo uma metamorfose. Sinto o meu mundo mudando. Não esse que vem do lado de fora da minha janela, mas o que sai de dentro de mim e a ultrapassa. A velocidade é assustadora; foi um dia desses... De repente tudo ficou menos leve, menos colorido, mais nostálgico, mais saudosista, em tom de ultimato. Acho que há alguma ligação com o fato de eu ter, finalmente, enxergado a mulher que há em mim. E esse processo foi complicado, moroso, sofrido... Mas esse mesmo processo teve a sua graça, a sua cor e o seu cheiro. Teve gosto, forma e luminosidade. Todos esses elementos traduzidos no que sou hoje. Levando-se em consideração que um livro foi escrito e uma árvore plantada por mim, acho que estou até bem. Tenho consciência de que aos poucos irei me acostumando com a tal metamorfose, isso é normal, penso eu! A poeira do tempo não me apavora. Apavora o medo de não amar, de não ser amada, de magoar, de ser infeliz... Embora eu saiba que, definitivamente, não fui feita para a tristeza. É de mim! Sei que nasci para a felicidade. Eu não combinaria de outra forma. Tenho todos os instrumentos para isso. É uma questão de paciência, afinal “temos nosso próprio tempo”!

Um comentário:

  1. "E dizem q a solidão até q me cai bem". Vejo que os 30 são bem "Maurício", mas, no teu caso, prefiro mandar um "Soul Parsifal", pois combinas com anis, hortelã, cesto de flores, jardim e uma canção. Quero chegar lá assim (e falta pouquinho!), melhor do q nos 15: além dos hormônios a mil, neurônios a todo vapor! Bjão!

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