sexta-feira, 9 de janeiro de 2009


Hoje eu quero contar uma história um pouco engraçada. Papo denso o tempo inteiro enche o saco, né? Ontem fui ler os meus scraps no Orkut e uma amiga pediu pra que eu não postasse receita de tartaletes no Sopa de Letrinhas. Fiquei morrendo de rir.
Ela ama, ou melhor, amava essa iguaria. O desamor veio do excesso. A pentelha passou uma semana pedindo: “Jú, faz tartaletes pra mim!” E eu, como menina obediente que sou, resolvi atender ao seu pedido. Na geladeira da minha casa havia um pote de doce de leite há mais ou menos um ano (kkkkkkkkkkkkkkkkkkk), então peguei o bendito doce e fui à casa dela realizar seu tão insistente desejo. Quando lá cheguei e percebi o tamanho das forminhas já vi que o negócio não ia dar muito certo. As formas pareciam aquelas forminhas de brigadeiro (aquelas de papel, sabe?), ou seja, minúsculas. Fizemos massa de apenas uma xícara de farinha de trigo, mas mesmo assim o estrago foi enorme. Sabe quantas tartaletes renderam? Umas 200, minha gente. Creiam!!!! Só de olhar aquela infinidade de doces dava enjôo. Ela fez até campanha na porta do elevador do prédio pra oferecer a iguaria aos condôminos, fora um número significativo que ela devorou. Querem saber o resultado? Além do mais obvio, o desarranjo intestinal da garota, ela nunca mais pode ver e nem ouvir falar nessa palavrinha – TARTALETES.
E agora, liberando a Piaf que há em mim, vem a parte densa. Fui refletir, né? Alôôô!!! Pensei que se eu tivesse o poder faria um número exagerado de tartaletes com milhares de outros recheios e distribuiria aos meus amigos, e a todos que precisassem. Faria tartaletes de tristeza, de deslealdade, de infidelidade, de homens sem futuro, de gordurinhas localizadas, de culotes, de cartões de crédito estourados, de fome, de miséria... Faria de sabores de todos os dissabores dessa vida. Dessa forma, a exemplo do efeito sofrido pela minha amiga, ninguém agüentaria nem falar no nome dessas coisas chatas, desagradáveis, tristes.
Também pensei sobre a questão do excesso. Eita coisa ruim é o tal do excesso. Há muito tempo se ouve dizer que “tudo demais é veneno”, mas nós precisamos provar, ver, a gente precisa quebrar a cara, ser convencida. Às vezes uma amiga tenta nos aconselhar sobre determinado assunto e a gente, não por maldade, mas humanidade mesmo, pensa logo: “Ela fala isso porque é uma recalcada. Já quebrou a cara e acha que também vou”. Só que, quase inevitavelmente, essa amiga estará com a razão, e pior, é no ombro dela que iremos chorar as nossas pitangas. Acho que nesse caso acontece o excesso de falta de sorte (kkkkkkkkkkkkkkkkk)!
Pois é, vi que precisamos mesmo é nos deparar com um prato repleto de tartaletes pra poder aprender, pra entender como funcionamos, pra colocar em prática nossa necessidade de desafiar. Desafiar nossos limites, desafiar o que já sabíamos, desafiar a dinâmica das relações, da vida. E que venham mais tartaletes!!!! Desde que não sejam de doce de leite, né amiga?

2 comentários:

  1. Bichinha, hein Jú?! Mas aposto que ela já tá mais sabidinha...

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  2. Ju, adorei o blog, vc escreve muito bem! Tô orgulhosa :p beijooooo!!!!

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